O artigo anterior tratou de alguns dos problemas da influência do ‘’politicamente correto’’, e que vieram a prejudicar a educação brasileira, quando lá o contrapomos com o assunto ‘’verdade’’. Neste texto agora, trataremos de mais três dificuldades, e as compararemos à luz da mensagem cristã, quando nos propomos discutir a questão da decoreba, da terceirização da educação e das aulas de religião, sendo que a palmada será abordada no próximo artigo.
02 – A decoreba, é uma outra palavra politicamente incorreta. ‘’Coloca, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. E escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas’’ – Deuteronômio 11.18-21.
Nos pulsos, na testa e nas portas que os principais conteúdos devem estar afixados. Muito tempo atrás, os antigos sacerdotes judeus já lá diziam que andando ou estando sentados, deitados, se levantando, todos os principais conceitos deveriam ser frequentemente relembrados, de sorte que no coração e na alma o ensinamento estivesse firmemente gravado. O método ensinado é a repetição do conhecimento para que acontecesse a aprendizagem, também sinônimo de inculcar e que, para compreensão do que queremos dizer, é segundo o Rev. Ari Pfluck, ‘’forçosamente abrir o crânio, e com uma cunha, colocar no seu interior, o desejo de aprendizagem no aprendiz’’. Esta forma de ensinar a mensagem cristã, também adotada ainda em boas escolas tradicionais, foi abandonado, sendo substituído pelo simples e raso conhecimento do assunto apenas.
Saber ‘’de-cor-e-salteado’’ a taboada, a conjugação de verbos, as quatro operações matemáticas básicas, as muitas poesias, a regra de três, a estrita observância, quando da leitura, da pontuação existente, isto hoje está ultrapassado, já não é mais importante em educação, mas apenas a compreensão do conceito. Sem resvalar para a decoreba de todos os rios brasileiros e de alguns conhecimentos que pouco ou quase nada se utilizará no futuro, hoje se percebe vital saber de forma decorada (para que se deixe de esquecer) os principais conteúdos. Neste caso, os resultados educacionais que temos consolidam o que apresentamos, de que nos ensinaram que ‘’saber na ponta da língua’’ era irrelevante, quando surpresa nenhuma possa haver por alcançarmos os últimos lugares em testes internacionais de aferição do conhecimento.
03 – A terceirização da educação. ‘’Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele’’ – Provérbios 22.6.
O conceito da citação e sua compreensão não deixa qualquer dúvida de interpretação, é claro. Contudo, o que nalgumas vezes permanece encoberto e ausente é o verbo ‘’Educa’’, que é especial e diretamente orientado para os pais, e não para outras pessoas ou entidades quaisquer. O que se percebe hoje, contudo, é uma educação sendo assumida pelo Estado, pelas escolas regulares ou mesmo terceirizada para creches e pré-escolas, e os pais, por deixarem de saber desta responsabilidade, sequer questionam, muitos vão na onda. E para consolidar o que afirmamos, cada vez mais o Estado assume a educação dos filhos dos pais, desobrigando-os do seu pátrio dever e para isso, observe apenas o mote da maioria dos candidatos a cargos políticos nas eleições brasileiras, senão a promessa da tríade ‘’educação-saúde-segurança’’ sob responsabilidade do Estado!
Pergunta-se, seriamente, e ‘’dentro dos olhos’’: pode o Estado realmente educar alguém? E hoje, nas circunstâncias atuais da educação brasileira, será que ainda tem competência para ensinar?
Contudo, pela reviravolta que está acontecendo no país, também no campo educacional, há um projeto de lei proposto pelo Governo Federal propondo o direito ao ensino familiar, também conhecido por homescholing. Neste caso, nem tudo está perdido, e que vem em direção ao claro ensinamento cristão, e que não deixa dúvidas: educar é uma responsabilidade dos pais; ensinar é da escola; quando cada um assume o seu papel, a educação melhora.
04 – As aulas de ensino religioso. ‘’Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus’’ – Mateus 19.14 e ‘’O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência’’ – Provérbios 9.10.
Porque ajudamos a criar, em Alvorada, uma instituição de ensino da iniciativa privada, e confessional luterana, com seus 500 anos de uma boa caminhada, acreditamos que por estas razões é possível ajudar a retirar a educação brasileira dos últimos locais onde se encontra, para melhorados patamares, utilizando os fundamentos educacionais cristãos. Nesta linha de raciocínio, conversaremos sobre a ideia da retirada do currículo escolar a disciplina ou aulas de ensino religioso.
A mensagem cristã, seus ritos, mitos e símbolos históricos hoje são debochados, estragados, sem falar de outros atributos negativos atribuídos, ao passo que ninguém se atreve a ofender a mensagem de Maomé, além de muito pouco se perceber no tocante as outras mensagens religiosas tipo afro-descendentes, induistas, Bahá’ís, budistas. E até de muitas repartições públicas retiraram a cruz, símbolo maior da cristandade. E na continuação, as aulas de ensino religioso hoje estão sendo substituídas por filosofia, religião comparada, religiosidade, moralidade, espiritualidade. Outras escolas até nem oferecem mais.
Defendemos, mesmo tendo a maioria de argumentos contrários, bastando para isso uma rápida pesquisa na internet, que o resgate dos bons conteúdos deve ser uma ação vigorosa de todos para estes novos tempos, pautando pela educação integral, que contempla além dos conteúdos seculares, os conteúdos divinos. E para isto, se o Estado se permite recolher compulsoriamente impostos de cada um, que então paritariamente ofereça aos pais as condições e o direito de encontrar professores para ensinar as crianças os conteúdos divinos, dentro de todas e quaisquer escolas. Se deixasse de cobrar impostos, também estaria desobrigado de oferecer a contrapartida, muito menos seria motivo desta cobrança (se a maioria brasileira acredita em Deus, então a maioria neste caso dá os destinos à nação: isto é democracia).
Deixando (parece-nos) a educação religiosa cristã de ser prioridade, não é sem razão pela qual a sociedade brasileira se encontra enfrentando graves adversidades, porque o ensino do verdadeiro Amor, onde também se baseia toda a cultura ocidental, deixou de ser ensinado. Como melhorá-la, então?
E por último, e mesmo porque se deixar de assumir esta responsabilidade, outros ocuparão os espaços vazios, num breve futuro que não nos queixemos que em nossas escolas se ensine o Alcorão, mesmo porque algo muito próximo já está acontecendo na Europa, e junto dele, a sharia, pela submissão da mulher ao homem, a ausência de liberdade de expressão, entre outras questões que a sociedade ocidental combate.
Neste caso, e para combater este mal que nos aflige e brevemente tende a nos suceder, e parafraseando uma conhecida expressão, resta-nos então dizer, ‘’à luta, companheiro!”
No próximo e último artigo desta série, trataremos sobre o polêmico assunto da politicamente incorreta palmada.
Luiz Pfluck – diretor e professor