Escolher um curso EAD ou presencial. Quais são as vantagens?
Que o digam Serginho Groisman e Luciano Huck, mas o ensino à distância, mais conhecido por EAD, parece que está em alta. A propaganda desta modalidade de ensino, especialmente às vésperas do início do semestre letivo ou do período de matricula em uma faculdade, é muito vista nos meios de comunicação, e com artistas de expressão nacional chancelando a ideia. Contudo, o que se veicula e a forma como se vende a ideia, nos obriga algumas escrever linhas para esclarecer de que “nem tudo que brilha é ouro”.
A principal vantagem apresentada aos futuros interessados pelos cursos EAD é o valor da parcela educacional, quando a diferença à menor nalguns casos chega a 80%. A segunda é a de que o curso EAD tem a mesma validade do curso presencial.
Não que os cursos à distância deixam de ter o seu valor, mas uma análise mais depurada deve ser realizada, evitando que a decisão enverede na perda de tempo e dinheiro, bem como a decepção do aluno com os estudos. Vejamos:
– qualquer pessoa que se organiza para realizar um investimento seguro – repetindo, seguro -, sequer pensa “gastar”, mas acertadamente “investir”. Assim como transformar 05 pães e 02 peixinhos na alimentação de uma multidão demanda um verdadeiro milagre, é desafiador pretender destinar pouco dinheiro em educação, via cursos EAD, para mais tarde receber um montão! Se fosse assim, todos aqueles muitos que concluíram os seus estudos estariam plenamente empregados e satisfeitos com seus salários. A conta não fecha!
– num curso EAD, os desafios que o aluno enfrenta quanto a ausência do networking com demais pessoas com que se relaciona (porque o aluno cursando em EAD tem essencialmente como parceiro um computador, tendo necessidade de emprego e trabalho, já que 80% das vagas são indicações dos colegas “presenciais”, algo que a máquina deixa de promover), a desconhecida metodologia de estudo (uma das razões pelas quais a evasão dos alunos nesta modalidade de ensino ronda a casa dos 70%), a ausência do borburinho da juventude, algo tão necessário nesta fase da vida , pois tem a necessidade de se relacionar mais com o computador do que com seus amigos, e a ausência daquele envolvente mundo acadêmico são as dificuldades que deixam de ser apresentadas pelos artistas;
– pelo enxame de cursos e poluição de oferta, é de se perguntar se quem oferece ensino à distância tem reconhecimento no mercado, para oferecer um diferencial à seleção de vaga de emprego e trabalho. Poderá ser apenas, neste caso, um caça-níquel? O que está deixando de ser esclarecido?
– e por final, nos perguntamos, como pode um profissional de educação física ou fisioterapeuta sair das telas de um computador? Será que as construções, a partir de plantas à distância, já não estão caindo? Como pode um estudante de pedagogia tratar de humanos – porque educação é essencialmente presencial – se foi educado à distância?
Considerados estes argumentos, e na revisão da história da humanidade, sempre educação de qualidade demandou um considerável investimento de tempo, e também em dinheiro, muito diferente de ser acessível ao bolso.
Pense nisto antes de optar por um curso EAD ou presencial.
Luiz Pfluck, professor e diretor