Educação: ter ou não ter, eis a questão

Inúmeros são os benefícios que a educação traz para a sociedade e a educação a que me refiro não se limita a educação bancária e livresca, restrita somente aos muros da escola. Refiro-me à educação no sentido mais amplo da palavra, aquela que só os países de primeiro mundo conseguem dimensionar, aquela que resgata a fé no ser humano, a crença em mundo melhor, em uma sociedade mais justa, igualitária e democrática.

A educação que representa o ser humano é aquela que constrói uma nação sadia, estimula o desenvolvimento, valoriza o cidadão, promove o crescimento, protege o meio ambiente, aprimora a alma, ajuda o próximo, resgata a autoestima e sustenta um planeta.

Não trancar o cruzamento de uma avenida, respeitar a faixa de segurança, não atirar lixo pela janela dos automóveis, não parar em fila dupla; devolver o celular, a carteira ou qualquer objeto que não lhe pertença, não furar a fila… a lista é infinita e não conseguimos sequer seguir estes preceitos básicos, pois nos falta educação, respeito e responsabilidade para com o próximo. Dizer que estes desígnios estão no DNA dos brasileiros e que não dá para fazer nada é uma das formas mais perversas de confirmar a nossa irresponsabilidade social.

Por isso, a única possibilidade de reverter este cenário caótico e degenerativo é a educação. A educação pessoal, familiar, social e interativa. É agir de forma justa, ter caráter, ética e princípios, deixar de ser oportunista e individualista, parar de burlar as leis, de piratear TV a cabo, de querer sempre levar vantagem, de promover o famoso “jeitinho brasileiro”; é ser responsável pelo lixo que produz, consumir energia e água de forma consciente, enfim ser gentil, humano e educado.

Não existe uma fórmula, um modelo ou um aplicativo educacional que dê conta da pobreza cultural que vivemos ou que conserte nossos desígnios primitivos. Porém, existe a certeza de que as coisas estão erradas e que não podem continuar neste formato.  Existe a certeza de que precisamos promover ações que mudem o curso de nossa história, pois sabemos que não é este o mundo que queremos deixar para nossos filhos e netos, que precisamos consertar o que vem sendo danificado durante séculos e que o caminho para reeditar nosso futuro é uma via de mão única e nesta via a ferramenta mais poderosa e eficaz é a EDUCAÇÃO.

 

Professora Angela Feijó Borges – Língua Portuguesa e Literatura